O bom é que sejam “elas e eles”

O bom é que sejam “elas e eles”

18/01/2014 0 Por Tieza Vereadora

Texto base do pronunciamento da vereadora Tieza, na festa de confraternização e balanço 2013 do PSDB Mulher / SP, realizado em 14 de dezembro, na sede do Diretório Estadual do PSDB em São Paulo, publicado a pedido de várias participantes

PSDB 4No princípio Deus criou o céu e a terra. Como a terra estava envolta em trevas Deus disse: Que exista a luz! E a luz começou a existir. Deus separou a luz das trevas: à luz chamou “dia”, e às trevas chamou “noite”.

E criou o firmamento e o chamou de Céu; as águas juntadas abaixo do firmamento denominou “mar” e o chão seco chamou “terra”.

Depois criou a relva, as ervas, as árvores. Criou o sol, a lua e as estrelas.

Povoou o mar com baleias e todos os seres que deslizam e vivem na água. Criou os animais domésticos, os répteis e as feras, e os distribuiu por toda a terra, determinando que eles fossem fecundos.

Por fim, no limite do seu amor pela obra criada, no sexto dia, quanto tudo estava pronto, criou a obra prima – o homem e como diz a Bíblia, em Gênesis, literalmente: “criou o homem à sua imagem: à imagem de Deus ele o criou; e os criou homem e mulher”.

E Deus os abençoou e lhes disse: “sejam fecundos, multipliquem-se, encham e submetam a terra; dominem os peixes do mar, as aves do céu e todos os seres vivos que rastejam sobre a terra”.

Aos dois – homem e mulher –, Deus presenteou com tudo o que criara até o quinto dia. Não fez qualquer recomendação ou discriminação no usufruto de todos aqueles bens. Homens e mulheres tinham direito à toda aquela maravilha.

E o tempo foi passando; e o mundo foi ficando pequeno; o alimento escasso; gente nascendo por todo lado. Ao homem, Deus tinha dado ousadia e força; à mulher, a graça da maternidade e a capacidade de zelar de toda a criação e de todas as criaturas. E cada qual desenvolveu então as habilidades para bem cumprir suas missões.

E o tempo foi passando. O homem, cada vez mais dono do espaço público e a mulher, do espaço privado.

Com as guerras, a modernização, as transformações do trabalho e o direito de escolher se queria ou não ser mãe, o mundo feminino foi se modificando. As mulheres começaram a assumir funções até então impensadas por elas e por eles. E aconteceu algo muito estranho: para atividades iguais, o tratamento dispensado às mulheres era bem diferente! Surgiu então a tal da discriminação e a mulher foi muito discriminada; e ainda é muito discriminada. Ela reagiu e aos poucos foi se consolidando nos espaços que também aos poucos foi ocupando. O homem mandava em tudo; o mundo era a cara deles!

Mas, se no início dos tempos os atributos masculinos foram importantes para mudar o mundo; com o tempo isso começou a mudar e hoje o mundo se deu conta de que os atributos femininos, sobretudo a capacidade de pacificação e conciliação, até a bem pouco desprezado pelos homens, agora tornaram-se imprescindíveis para a sustentação da humanidade e a sobrevivência do planeta.

Convocadas a ocupar e a se ocupar do mundo do trabalho, dos estudos, das ciências e da tecnologia, elas se apresentaram e tiveram desempenho excepcional. Mas, lamentavelmente, não temos visto o mesmo desempenho no mundo da política.

Ora, se somos a maioria da população, e do eleitorado, por que razão continuamos minoria quase insignificante na política? Não são poucas as razões, sabemos, mas sabemos também que a política precisa de nós porque leis e obras feitas por homens são leis e obras feitas para homens. Leis e obras feitas por homens e mulheres, são leis e obras feitas para homens e mulheres. Isso é possível? É claro que é.

Se Deus, na sua infinita sabedoria, nos fez diferentes nas características mas iguais do direito de usufruir de tudo o quanto criara, por que haveríamos de continuar segregadas? Não existe superioridade ou inferioridade na criação, mas sim uma distinção e complementação.

Sabemos que não é fácil mudar conceitos, que são produto de seis milhões de anos de história evolutiva, que começou com homens caçando e mulheres tomando conta da casa e dos filhos. Mas sabemos que hoje, mais do que nunca, precisamos emprestar deles aquela ousadia e objetividade e emprestar para eles um pouco da nossa inesgotável capacidade de amar e declarar o amor ao amado. Sem essa simbiose de sentimentos, os horizontes serão sombrios.

A mulher na política. Mais mulheres na política é necessário porque o equilíbrio é necessário. O mundo e as relações entre seus seres está desordenada. As mulheres são organizadas; elas sabem mais como repartir o pão; elas são mais contidas, prudentes e cautelosas; enxergam melhor o entorno e são fortes porque são resistentes; e são fortes e resistentes porque são guerreiras incansáveis. O mundo precisa de quem consegue “assobiar e chupar cana” ao mesmo tempo e nós fomos agraciadas com mais essa habilidade.

Então minha gente, vamos à luta. O mundo precisa de nós e a política é o instrumento através do qual as transformações ocorrem. Então, mulheres, vamos para a política, partilhar com eles as leis e as obras. Não vamos preteri-los, nunca! Queremos caminhar de mãos dadas.

E termino dizendo: feliz do homem que percebeu tudo isso e abriu as portas às mulheres. Este homem é sábio, sensível e inteligente. E para provar que queremos caminhar lado a lado, vamos homenagear nesta festa de congratulação do PSDB Mulher / SP, dois homens: o deputado federal Mendes Thame e o deputado estadual Dilador Borges que, representando outros homens sábios, sensíveis e inteligentes do PSDB, reconhecem a importância da presença da mulher na política.