Tieza: ‘Falar sobre a política é imprescindível’

Tieza: ‘Falar sobre a política é imprescindível’

07/08/2019 0 Por Tieza Vereadora

Leia, abaixo, a íntegra de entrevista que Tieza concedeu à Folha da Região:

    

Eleita para presidir os trabalhos da Câmara de Araçatuba até dezembro do próximo ano, a vereadora Tieza Marques aposta no respeito às normas e no diálogo como métodos infalíveis para o sucesso, não só do Legislativo, mas em todas as áreas da vida.

    

Marcando o fim do recesso parlamentar do meio do ano, que se interrompeu na segunda-feira (05/08), ela concedeu uma entrevista exclusiva para a Folha da Região, onde afirma que “falar sobre a política é imprescindível” para que as demandas sociais sejam resolvidas da melhor forma possível.

    

Durante a conversa, ela também fala sobre o papel do vereador, que nem sempre é muito claro para o grande público, e sobre sua vontade de ser prefeita e deputada.

    

À parcela da sociedade que se pergunta o que o vereador faz, como a senhora explicaria?
O vereador é a pessoa escolhida (através do voto), no município, para fiscalizar o Executivo na aplicação dos recursos públicos que são constituídos a partir dos impostos que a população paga. Outra função muito importante do vereador é a elaboração das leis que disciplinam aquilo que é de interesse comum. Ele também indica, sugere e/ou recomenda ao Executivo, obras e serviços necessários para atender reivindicações da população. É também chamado para identificar problemas que a comunidade está vivendo e intermediar as soluções junto ao Poder Executivo, outros níveis de governo e até com a iniciativa privada.

    

Qual a avaliação da senhora do papel do Legislativo municipal, hoje, no cenário político atual?
O Legislativo faz as leis e fiscaliza o Executivo, que executa as obras e os serviços necessários para atender aos interesses da população. Para que o município possa se desenvolver, o Legislativo precisa entender suas demandas e autorizar, quando for o caso, as propostas do governo. O Legislativo autorizou, por exemplo, que o prefeito Dilador cedesse o recinto de exposições para o Siran, que fez uma parceria com a ABQM, que realizou há pouco um evento superexitoso. Quando há bom relacionamento entre os poderes, os resultados são bons.

    

Muitos vereadores gostam de prometer e postar fotos de obras, que são função do Executivo. Como a senhora vê este tipo de situação?
Cada vereador é uma cabeça, e cada cabeça uma sentença. Cada um é livre para exercer o seu mandato da maneira que bem entende. Quando um vereador solicita ou indica ao prefeito a necessidade de uma obra ou serviço, ele também cobra, porque é do interesse da população que representa. Quando o pedido se concretiza, é natural que o vereador que intermediou o pedido comemorar o resultado. Não é o vereador que executa a obra, mas ele defende e luta pelo pedido da comunidade. Agora, a velha prática da “promessa”, infelizmente, ainda segue surtindo efeito para os desavisados, o que é uma pena; e via de regra prejuízo para todos.

    

Como um cidadão comum pode participar mais da vida política?
A participação da vida política é uma obrigação e inerente ao exercício da cidadania. A gente vive política todos os dias, a todo instante, em várias situações. Mas uma participação política mais efetiva começa com a militância partidária. É preciso desenvolver o olhar e o interesse por tudo o que ocorre ao nosso redor; afinal há pessoas pensando e fazendo por nós. Saber quem são essas pessoas e acompanhar o que estão realizando é um bom início. Falar sobre a política é imprescindível. É importante saber quem são os vereadores, o prefeito, os secretários. Essas pessoas é que nos representam e realizam as obras e serviços que necessitamos. É a política que transforma a vida das população para melhor ou para pior, dependendo das nossas escolhas.

    

A Câmara tem meios que facilitam o acesso do cidadão aos gabinetes?
O acesso do cidadão às informações é um direito. A Câmara tem procurado cumprir fielmente tudo o que leva a manter o cidadão informado e presente na Casa que representa os seus interesses. Temos a Tribuna Livre, para o cidadão e entidades, a Ouvidoria, o site, a Carta de Serviços ao Cidadão. Tudo o que o cidadão quiser saber sobre o que acontece na Câmara, ele tem meios para se informar.

    

Muita gente ainda procura o vereador para pedir emprego ou que pague uma conta pessoal, como luz e água? Como a senhora, pessoalmente, lida com este tipo de abordagem?
Isso vai muito do estilo do vereador. Eu, desde o meu primeiro dia de mandato, já me impus a não fazer isso, porque não considero uma prática honesta com o eleitor. Quando alguém apresenta uma demanda desse tipo, fazemos o encaminhamento para o local de assistência e acompanhamos para ver se foi, está ou será atendido, caso seja procedente a solicitação.

    

Qual o balanço que a senhora faz de sua atuação como presidente da Câmara?
O exercício da presidência é uma rica experiência. Temos uma boa assessoria que nos dá segurança para tomar decisões. Tenho procurado fazer uma gestão enxuta, atendendo aquilo que é necessário. Lido bem com as regras. Em termos de balanço financeiro, estamos colocando na ponta do lápis e a expectativa é de bons resultados. Há algumas coisas que podem ser destacadas nesse primeiro semestre como o constante o hábito de dividir com a Mesa Diretora a gestão; até com os vereadores, certos assuntos. Destaco a abertura da Câmara para a comunidade como a nova Tribuna Livre; o incentivo às atividades culturais por intermédio do projeto “Cultura e Arte na Câmara”. Outro programa importante é o “Câmara Solidária, uma campanha para ajudar a Pastoral da Saúde da Santa Casa a conseguir cadeiras de rodas com o recolhimento de cartelas vazias de medicamentos. Já conseguimos recolher uma tonelada de cartelas doadas pela população de Araçatuba e várias partes do país; a dinamização da “Escola do Legislativo”, que visa informar o cidadão, trazê-lo para a política. O “Mulheres que plantam árvores”, no Dia Internacional da Mulher.

    

Houve muita crítica em relação a salários altos pagos pela Câmara a servidores. Qual a avaliação da senhora sobre isso? Alguma ação está prevista neste sentido?
O salário pago aos servidores da Câmara não foram instituídos por mim; foram sendo construídos há vários anos e não são ilegais. Mas é preciso que seja equacionado e estamos fazendo isso. Os estudos que estamos realizando nos conduzirão a bom termo, sem violar direitos, sem comprometer o trabalho, sem desrespeitar o trabalhador. É claro que é preciso a prevalência do interesse público, e nós não vamos abrir mão disso. É preciso agir com ética, cuidado e prudência para resolver essa questão.

    

A senhora nutre o sonho de ser prefeita?
Eu tenho vontade de ser prefeita, de ser deputada, de seguir na política, que é apaixonante e entrou na minha vida desde os tempos de ginásio. Com o apoio da família, principalmente do Lupércio, meu marido, fica mais fácil. Mas sei compreender o cenário e ouvir as vozes que nos orientam e alertam sobre momentos e possibilidades. Por outro lado, a política pra mim é serviço e sendo assim, temos que estar disponíveis para o que for melhor para todos.

    

Texto: Matheus Almeida, repórter da Folha da Região
Foto: Zemarcos Taveira/Assessoria da vereadora Tieza – 01/08/2019