Foto: Ricardo Bastos Dilma, Lula e Rui Falcão sopram as velinhas dos 35 anos do PT; Ã esquerda, José Nobre, o líder do governo na Câmara. É aquele cujo assessor usava a cueca como casa de câmbio…
O partido do mensalão e do petrolão comemora hoje (6/2) seus 35 anos de fundação. Não será surpresa se a celebração de aniversário estiver sendo paga com parte do meio bilhão de reais recebidos como propina pelos petistas ao longo dos últimos dez anos. Assim é a festa do PT desde que chegou ao poder: bancada com dinheiro sujo.
A revelação de que US$ 200 milhões podem ter sido desviados de contratos da Petrobras para as contas do PT faz parte de uma espécie de linha evolutiva do partido. Tudo começou com licitações de ônibus e lixo quando os petistas só haviam conseguido governar municípios e, após a conquista do poder federal, foi ganhando proporção.
Desde a Land Rover de Silvio Pereira à dinheirama em profusão que a Polícia Federal e o Ministério Público desvendam agora, o que mudou foi a dimensão: o carro custava alguns milhares de reais e hoje só se fala em bilhões de dólares. Os negócios à sombra do poder prosperaram e os cofres do partido encheram.As campanhas eleitorais petistas ilustram o enriquecimento.
Quando Lula foi eleito, em 2002, o partido gastou R$ 21 milhões. Na reeleição dele, já com o poder à disposição, foram R$ 85 milhões, valor que chegou a R$ 350 milhões no ano passado, o dobro da primeira vitória de Dilma Rousseff. Parece bem claro o nexo causal entre as novas revelações da Operação Lava Jato e a escalada. Ou não?
Desde a chegada do PT ao poder, o pagamento de propinas dentro da maior empresa brasileira tornou-se “algo endêmico e institucionalizadoâ€, segundo a delação feita por Pedro José Barusco. No centro das operações estava João Vaccari Neto, o tesoureiro que substituiu o hoje presidiário Delúbio Soares na função de arrecadador do partido.
O mesmo Vaccari já se meteu em desvios que lesaram mais de 3 mil mutuários do Bancoop em até R$ 170 milhões, quando era presidente do sindicato dos bancários de São Paulo. O mesmo Vaccari esteve na coordenação da primeira campanha de Dilma e até 15 dias atrás tinha assento no conselho de administração de outra gigante estatal, a Itaipu Binacional. Que funções ele cumpria lá?
As novas revelações da nona fase da Operação Lava Jato sugerem que o PT pode ter sido reincidente nos mesmos crimes confessados por Duda Mendonça quando flagrado na CPI dos Correios, em 2005: lavagem de dinheiro, crimes de ordem tributária e, sobretudo, eleitoral, pela suspeita de terem financiado as últimas campanhas petistas.
Assombra que, diante de tamanho descalabro, a presidente da República tenha buscado uma solução para a Petrobras para “agradar e não ferir suscetibilidades do PTâ€, enquanto os petistas hipotecam solidariedade e prometem desagravo a Vaccari, porque ele “nunca pôs dinheiro no bolsoâ€. Com tanta desfaçatez, o Partido dos Trabalhadores deveria aproveitar a festa de hoje e rebatizar-se. Fica uma sugestão: Partido dos Trambiques.