Tieza faz homenagem póstuma à Dona Missé
08/12/2020O falecimento de Missé Rodrigues de Moraes e Souza, uma das fundadoras da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Araçatuba, foi lembrado pela vereadora Tieza, que apresentou um voto de pesar à família na sessão da última segunda-feira (07/12). Benemérita, ela ajudou várias outras entidades. Por sua forte atuação na área da assistência social, recebeu o título de Cidadã Araçatubense, em 1989.
Doná Missé faleceu, aos 93 anos, no dia do aniversário de Araçatuba, cidade que adotou e, junto com o marido, o saudoso Idomeno Moraes Souza, criou dois filhos: Miguel e Maria Isabel, falecida. Motivada pela filha ser portadora de necessidades especiais, fundou a Apae de Araçatuba com Aldemira Maria da Silva, em 1970.
“Temos muito orgulho de tudo que dona Missé fez, por tudo que ensinou e por tudo que distribuiu. Foi uma pessoa importante na história de Araçatuba”
Fotos: Angelo Cardoso/Assessoria de Comunicação da Câmara e álbum de família
Vídeo: TV Câmara
LEIA O VOTO DE PESAR NA ÍNTEGRA:
GABINETE DA VEREADORA TIEZA
REQUERIMENTO N.º 310 /2020
Senhora Presidente:
Considerando que a senhora Missé Rodrigues de Moraes e Souza, uma das fundadoras da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Araçatuba, faleceu no dia 2 de dezembro, aos 93 anos de idade;
considerando que dona Missé era viúva de Idomeno Moraes Souza, com quem teve dois filhos: Maria Isabel, já falecida, e Miguel Rodrigues de Moraes Souza, que lhe deu dois netos: Idomeno e Miguel;
considerando que dona Missé nasceu em Jataí (GO), era filha de Miguel Rodrigues da Silva e Sebastiana Augusta de Moraes, e tinha três irmãos, já falecidos e entre eles o ex-deputado federal e ex-prefeito de Andradina Orensy Rodrigues da Silva;
considerando que dona Missé morou em Ituiutaba (MG), onde frequentou colégio interno; em Belo Horizonte (MG), onde cursou o Magistério; em São Paulo, onde casou-se com o senhor Idomeno; e depois em Araçatuba, para onde vieram em razão dos negócios da família na pecuária, e onde pretendiam morar por, no máximo, 5 anos. Nessa época, o primeiro filho, Miguel, tinha apenas 40 dias de vida. Aqui, nasceu Maria Isabel e aqui a família permaneceu até os dias atuais;
considerando que, motivada pela filha Maria Isabel, portadora de necessidades especiais, Dona Missé e sua grande amiga, a saudosa Aldemira Maria da Silva, procuraram pessoalmente o então prefeito João Cuiabano, para pedir um local onde pudessem instalar uma entidade para ajudar crianças com problemas parecidos com os de sua filha. A elas foi cedido um imóvel na rua Humaitá, local em que fundaram em Apae, em 9 de junho de 1970, e onde ficaram até 1972, quando passaram a ocupar o prédio na rua Pedro Martinez Marin, no Bairro Amizade, onde funciona desde então a Apae de Araçatuba;
considerando que dona Missé foi presidente da Apae por mais de 20 anos e dizia sempre que seu grande orgulho tinha sido o investimento na formação dos profissionais, para trabalharem bem com as crianças e todas as pessoas ali atendidas. Atualmente, ocupava a função de diretora de patrimônio;
considerando que a benemerência era um dos traços mais marcantes de sua personalidade, e dona Missé não ajudou apenas a Apae, mas muitas pessoas e entidades de Araçatuba e região;
considerando que, em reconhecimento aos relevantes serviços prestados ao município e à região, a ela foi outorgado pelo então vereador Hélio Corrêa, em 1989, o honroso título de Cidadã Araçatubense;
considerando que, nas palavras do filho Miguel, ela era uma pessoa de muito caráter, bondosa e honesta. Firmeza e honradez também podem, segundo ele, definir a mãe, que amava a família fortemente;
considerando que, para a amiga Neusa da Silva Gomes, que trabalhou por 14 anos com dona Missé, ela era como uma mãe, uma patroa maravilhosa, e, sem conseguir conter as lágrimas, disse: “Era um amor incondicional. Me ensinou muito e me levou para conhecer lugares maravilhosos. Ela me ouvia e, como uma mulher sábia, me dava conselhos. Eu e minhas companheiras de trabalho temos apenas elogios, pois éramos tratadas como membros da família“;
considerando que, para a sobrinha Cleia Dalva Souza Parreira, filha do saudoso Tito Moraes, irmão do sr. Idomeno, que foi voluntária da Apae por mais de 30 anos, 13 dos quais como presidente, a convite da tia, “será difícil esquecê-la, pois era uma pessoa rara, tinha um coração gentil e fiel. Sempre me ajudou nos eventos da Apae e, em tudo o que precisei, ela foi minha grande parceira“;
considerando que, para a atual presidente da Apae, Maria Carolina Corrêa Paoliello, duas palavras vêm à mente quando pensa na dona Missé: caridade e compaixão. “Ela ajudou a fundar a instituição por ter essa causa no coração. Como presidente, preparou o solo, plantou as sementes e hoje colhemos os frutos desse trabalho maravilhoso, que fez com muito amor. A Apae, que começou atendendo 7 alunos com deficiência intelectual, hoje atende 1.200 pessoas com deficiência intelectual e múltipla. A família apaeana será eternamente grata a ela“;
considerando ainda que, além dos seus compromissos com a Apae e tanta benemerência, outros aspectos chamavam a atenção nessa goiana, que tornou-se também araçatubense: era habilidosa no crochê, pilotava como poucas a cozinha e era especialista na arte de receber os amigos e os parentes em sua casa para um cafezinho e boa prosa. Estava sempre presente nos eventos sociais e jamais se esquecia dos sobrinhos e outros parentes, que visitava com frequência e os recebia com a mesma frequência em sua casa, sempre muito bem arrumada e de muito bom gosto;
Considerando, por fim, que cumpre ao Poder Legislativo, ainda que postumamente, homenagear as pessoas que contribuíram para o engrandecimento de nossa comunidade, requeremos, ouvido o Plenário na forma regimental, seja consignado em ata dos nossos trabalhos legislativos um Voto de Pesar pelo falecimento da senhora Missé Rodrigues de Moraes e Souza, e que deste nosso ato seja dada ciência à família enlutada por meio de nosso Gabinete.
Sala das Sessões, 2 de dezembro de 2020.