Projeto de Thame procura agilizar recuperação de dinheiro remetido ilegalmente ao exterior
22/03/20154 de março de 2015
Projeto de lei apresentado no final de fevereiro pelo deputado federal Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB), presidente do capítulo brasileiro da Gopac (Organização Global de Parlamentares contra a Corrupção), propõe maior agilidade no bloqueio e repatriamento do dinheiro enviado ao exterior de forma ilegal.
A propositura prevê que o pedido de bloqueio do dinheiro desviado seja feito pelo Ministério Público Federal, que deverá apresentar a petição ao Poder Judiciário dentro de cinco dias após a conclusão do inquérito policial. O processo passa a tramitar sob rito sumaríssimo. Os recursos depositados ilegalmente passarão à propriedade da União após sentença definitiva que declare a perda desses bens, conforme explica o deputado.
“O Ministério Público Federal poderá tomar a iniciativa dentro de cinco dias após a denúncia de algum depósito no exterior, ou cinco dias após a conclusão do respectivo inquérito. Terminado o inquérito e iniciando-se a parte judicial, o MPF já pode, tendo a denúncia sido aceita pelo juiz, pedir o bloqueio para posterior repatriação.â€
Mendes Thame ressalta que, pela legislação atual, recursos depositados em outros países, normalmente vinculados a processos criminais, dificilmente voltam para os cofres do Tesouro, e mesmo assim, somente depois de encerrada a ação judicial, o que pode levar anos.
O deputado destaca que sua proposta vem sanar uma brecha nas normas em vigor. “A legislação brasileira é omissa nesse casoâ€, afirma o parlamentar, acrescentando: “Urge que tenhamos uma legislação que nos permita quebrar essa inércia no repatriamento de recursos ilegalmente subtraídos do povo brasileiro, facilitando a punibilidade de criminosos ‘sofisticados’, que se utilizam de manobras mirabolantes para esconder estes recursos, sob o manto do sigilo bancário concedido por vários paísesâ€.
Ao apresentar o projeto, Mendes Thame solicita apoio dos deputados “para a sua aprovação, o que permitirá abreviar o lapso de tempo que nos separa de legislações modernas, as quais permitem a recuperação de recursos utilizados no crime organizado e já são adotadas por vários países desenvolvidosâ€.
Jornalistas responsáveis: Flávia Paschoal/ Marisa Massiarelli Setto – Toda Mídia Comunicação