Parlamentares da CPI da Petrobras irão a Londres ouvir delator da SBM Offshore, anuncia Aécio Neves
16/04/2015Folha de S. Paulo / 14 de abril de 2015
O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, anunciou no plenário do Senado, na noite desta terça- feira (14), que a oposição irá a Londres ouvir o ex- diretor da empresa SBM Offshore que acusa a Controladoria-Geral da União (CGU) de ter abafado uma denúncia de pagamento de US$ 139 milhões em propinas por meio de contratos da Petrobras para favorecer a candidatura da presidente Dilma Rousseff.
“Por iniciativa do vice-presidente da CPI, deputado Antonio Imbassahy, em colaboração com o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio, acabam de aprovar um requerimento que cria uma comissão especial de cinco membros, suprapartidária, como deve ser, para ir a Londres ouvir o senhor Jonathan David Taylor. Portanto, com poderes da Comissão Parlamentar de Inquérito, já que ele alega, por questões de segurança, impossibilidades de vir ao Brasilâ€, afirmou Aécio Neves no plenário do Senado.
De acordo com reportagem do jornal Folha de S. Paulo, desta terça-feira, ex-diretor da SBM Offshore Jonathan David Taylor afirma ter entregue à CGU documentos com provas do pagamento das propinas em 27 de agosto de 2014, mas a controladoria só anunciou a abertura de processo de investigação em 12 de novembro, depois de passados 17 dias do segundo turno das eleições presidenciais.
Para Aécio, o fato é extramente grave e, caso comprovado, indica que a CGU, principal órgão de combate à corrupção do governo, cometeu crime de prevaricação por ter omitido da sociedade brasileira uma grave denúncia contra o governo em plena campanha eleitoral.
“O que estamos percebendo é que jamais antes na história deste país, nós assistimos ao Estado Nacional se colocar de joelhos a serviço de um projeto de poder que hoje é rejeitado por ampla maioria da sociedade brasileira. Somos minoria, mas exerceremos nossa função com coragem e altivez, e faremos que todas as denúncias que aqui cheguem sejam investigadas e os responsáveis exemplarmente punidosâ€, ressaltou Aécio Neves.