Essa gente não merece passar por isso!

Essa gente não merece passar por isso!

22/01/2014 0 Por Tieza Vereadora

R. Costa Rica - GabVerTieza - 21.1.14

R. Costa Rica – GabVerTieza – 21.1.14

Há uns três anos, a vereadora Tieza tomou conhecimento da dramática situação em que vivem os moradores da rua Costa Rica, no final da José Geraldi, no Primavera.

Valas imensas dificultam a mobilidade daquelas pessoas. Algumas poucas ruas de terra, muito próximas do asfalto, testemunham a vida difícil das mulheres, dos homens, das crianças e principalmente dos idosos e pessoas com dificuldades físicas. Andar por ali é um sacrifício e viver cotidianamente com uma situação como aquela, um martírio! O que fizeram aquelas pessoas para merecer tamanho descaso das autoridades? Bairros muito mais novos e distantes, já contam com infraestrutura de fazer inveja àquelas dezenas de moradores do final do Primavera, ali há muitos anos.

Promessas não faltaram. A cabelereira R (convém não revelar seu nome), disse à vereadora Tieza, na manhã dessa terça-feira (21.1), que abriu as portas de sua casa para receber candidato a vereador e o prefeito, também candidato, e ouvir “da boca deles a promessa de que quando vencessem as eleições, a vida daquele povo mudaria pois iriam arrumar todo aquele pedaço de bairro”. Segundo ela, eles nunca mais apareceram lá.

Mas, de todas as histórias dramáticas, seguramente a pior é a da Paula e do Alex. Há muitos anos, as casas onde moram foram construídas e comercializadas num lugar que hoje seria inconcebível pela legislação ambiental. Ocorre que eles estão ali, moram ali há muitos anos, têm suas famílias, seus móveis, suas “coisas” e como os demais moradores desta cidade, pagam IPTU, água, luz, esgoto e por isso têm todos os direitos gerados pelo que pagam. Na porta de suas casas passa um córrego e, para entrar e sair delas, precisam de uma pinguela de madeira, cujo estado precário, assusta e causa indignação a todas as pessoas que presenciam aquela situação. Não fossem as dificuldades dessa passagem, ainda convivem com todos os insetos e animais peçonhentos que infestam o mato que se espalha por dentro e por fora daquele córrego, quase sempre mal cheiroso; mato que se espalha pelas ruas de terra, pelos terrenos e pelas áreas abandonadas. Tudo isso, na época das chuvas, assume proporções indescritíveis; é preciso ver, mesmo que seja nos vídeos gravados nos celulares daqueles moradores.

Em janeiro de 2013, depois de muito insistir e levar secretários municipais até o local, a vereadora Tieza acreditou que aqueles problemas seriam resolvidos: a prefeitura adquiriu os tubos de concreto para a canalização e colocou-os próximo daquele ponto crítico. Nova decepção! Nada aconteceu.  A parlamentar retomou a cobrança e a Samar foi envolvida, porque o trabalho interfere nas redes de água e esgoto. Em novembro desse ano, foi sugerido à parlamentar que se afastasse daquela comunidade, porque um vereador da “bancada” assumiria o caso. “Engoli seco e segurei as lágrimas; com o coração apertado fiquei acompanhando de longe, na esperança de que tudo se resolveria” disse a vereadora Tieza. Nem assim!

Chegou janeiro de 2014, trazendo chuva e pavor para aquela gente. Os tubos, que deveriam estar instalados, continuam espalhados no entorno. O risco de sofrerem danos é grande, e além da preocupação com tudo o que aquele cenário abriga, que assume dimensões bem maiores com as chuvas, um novo problema surge e assusta a vizinhança: adolescentes pulam para dentro dos tubos para fazer uso de drogas.

“Vou continuar insistindo; essa gente não merece passar por isso!” disse emocionada a vereadora aos moradores da rua Costa Rica e imediações.