Tieza questiona secretário Municipal da Saúde
26/05/2013Na sabatina ao secretário Municipal da Saúde, realizada na 16ª sessão ordinária (20/05/2013), a vereadora Tieza questionou o secretário José Carlos Teixeira, sobre vários assuntos, entre eles: a superlotação nos Pronto Atendimentos; a falta de médicos; o contrato com a AVAPE; o sistema de distribuição de guias; a média de atendimentos por médico; e o funcionamento da ouvidoria.
Para a parlamentar, os Pronto Atendimentos (PA’s) do Santana e São João não estariam tão lotados se as Unidades Básicas de Saúde (UBS) não tivessem com deficiência no atendimento. Essa afirmação é fruto de conversa com funcionários dos próprios PA’s, que afirmam que os usuários não procurariam os Pronto Atendimentos, se as suas queixas fossem resolvidas na UBS’s, que pode – e deve – resolvê-las. Os PA’s devem ser procurados para urgência e emergência, apenas. E, se normalmente, nos PA’s, a espera é longa, recentemente o problema se agravou com a suspensão do atendimento do PA do São João. Se os vários relatos de pacientes que chegaram a esperar por 4 horas ou mais para um atendimento de emergência têm causado indignação a muitas pessoas, para a prefeitura o problema está sob controle e não difere em nada do que acontece por aí, em outras cidades, asseverou o secretário.
Em outra oportunidade, a vereadora questionou se não estaria havendo falha no planejamento tendo em vista que “em maio de 2011, o PA do São João tinha 13 médicos (quatro contratados pela AVAPE) e o PA do Santana 18 médicos, (cinco pela AVAPE). Em dezembro de 2011, o PA do São João tinha 11 médicos e agora em maio, o PA do São João não tem nenhum médico e o PA do Santana quatro médicos”.
A parlamentar também falou sobre os problemas que resultaram no fechamento do Pronto Atendimento do São João e da falta de responsabilidade da administração em dar a informação correta aos usuários sobre o que estava acontecendo: “Primeiro foi a dedetização, depois a reforma, e por fim diziam que era por causa da falta de médicos.”
A UBS do Morada dos Nobres, que enfrenta problemas com falta de telefone e descompasso entre mudar para outro imóvel ou não, tendo em vista que se anuncia uma reforma; a situação da UBS do TV, que tem ficado sem médico no horário estendido; o assalto na UBS do Planalto; a estrutura física precária da UBS do São José, também foram aspectos abordados pela vereadora em seus questionamentos. “Me preocupa a questão do planejamento na saúde; estamos vivendo uma situação de muitos problemas. Quando falta professor na Educação, logo ele é substituído; na UBS quando falta médico, os pacientes são dispensados. Isso não é problema de planejamento? insistiu a vereadora Tieza.
Tieza também chamou atenção para o contrato da AVAPE, que consome cerca de um terço do orçamento da Saúde: “até que ponto a AVAPE vem contribuindo para cumprir um dos objetivos do contrato que é melhorar a vida da população? Precisamos saber o quanto a AVAPE participa da questão técnica do planejamento da pasta para concretizar o objeto do contrato. A AVAPE foi imposta como a solução de todos os problemas na saúde do município e vejam o que estamos passando”, argumentou a vereadora.
O sistema de distribuição de guias, a média de atendimentos de cada médico nas Unidades Básicas de Saúde e o funcionamento da Ouvidoria também foram questionados mas, a despeito da boa vontade e disposição do Secretário, as respostas foram vagas, pouco conclusivas, quase nenhuma convincente e muitas questões não foram respondidas, pois o secretário alegava estar há pouco tempo no comando da Pasta.
“Lamentavelmente continuamos sem resposta a muitas questões; a prefeitura não reconhece e nem aceita que a nossa saúde está um caos. Assim fica difícil vislumbrar dias melhores”, comentou a vereadora ao final daquela sessão desgastante, que terminou por volta da uma e meia da manhã.