O risco de generalizar

17/04/2011 0 Por Tieza Vereadora

Publicado na Folha da Região, 5ª feira, 14 de abril de 2011, p.2

Foi tristeza que senti ao ler a carta – na Coluna do Leitor – de um profissional médico, sobre o “salário” do vereador. Não tenho dúvidas de que o mesmo esteja cometendo uma grande injustiça contra aqueles que, para sua surpresa e provável desconhecimento, trabalham, exercem com ética, respeito e competência as suas obrigações, fiscalizam e melhoram – sem que ele perceba – a vida das pessoas da comunidade. Esses, ao menos esses, são merecedores do subsídio que recebem, aliás única remuneração porque vereador não tem verba de gabinete, verba de representação, bonificação, hora extra, gratificação, abono, prêmio, vale refeição, verba de combustível ou qualquer outra espécie remuneratória. Não nego que haja gente da pior espécie na política; lamentavelmente é assim, como ocorre em todas as profissões. Na profissão dele, também há inúmeros que não merecem o salário que recebem nem o título que ostentam porque não tratam de maneira decente e correta os pacientes que lhes chegam, sequer os respeitam como pessoas, não resolvem seus problemas, nem lhes dirigem ao menos um singelo olhar ou perguntam seu nome; e nem por isso saímos por aí dizendo que todos de sua categoria são desprezíveis e que nenhum deles deveria ser remunerado. Quanto a não ler o que se vota, não consigo encontrar qualquer indício de que ele tenha razão ao estender o episódio a todos; talvez seja porque ele ouviu falar e não tenha acompanhado na imprensa, o que foi divulgado sobre o assunto. Sobre os demais desafios que envolvem o nosso trabalho – infinitamente mais amplos e abrangentes que os dele, por conta da sua especialidade, mas não menos ou mais importantes – continuamos à disposição, pois foi isso que juramos ao assumir o mandato; juramento aliás bem parecido com o que ele fez ao concluir a faculdade. Generalizar é um risco; as exceções existem.

M. Teresa A. Lemos Marques de Oliveira (Tieza)

Vereadora