O declínio da presidente Dilma
06/03/2014
Margaret Thatcher, na Inglaterra, Indira Gandhi, na índia, Michelle Bachelet, no Chile e Angela Merkel, na Alemanha, são mulheres que ganharam destaque a nível internacional pela excelência das administrações que comandaram – no caso das duas primeiras – ou comandam, todas exaltadas e respeitadas por orgulharem as nações que representam.
Depois que Indira Gandhi inscreveu seu nome na história da Ãndia, conduzindo com desenvoltura um país patriarcal, e que Margaret Tratcher recuperou a economia inglesa não ficando atrás dos homens que a antecederam , o mundo passou a respeitar mais as mulheres como gestoras e estadistas, independente da corrente ideológica que viessem a abraçar.
Foi, portanto, com arguto senso de oportunidade que o ex-presidente Lula apresentou ao Brasil há quatro anos uma mulher, a atual presidente Dilma, como candidata à sua sucessão. Favorecida pela ousadia num país em que as mulheres só tinham conseguido até então comandar estados pequenos, Dilma se beneficiou da popularidade do padrinho e da boa performance econômica da época para chegar ao topo da administração pública nacional.
Se desse certo, garantiria à s mulheres lugar cativo nos maiores postos da administração pública nacional. Se desse errado, poderia, ao invés de abrir, fechar as portas para o mundo feminino.
Com a administração de quatro anos já caminhando para o seu final, Dilma suscita de norte a sul do país um clamor inexorável por mudanças. Sua popularidade está no limiar dos 40%, segundo as últimas pesquisas, e as notícias ruins só fazem crescer, mostrando que 60% dos brasileiros hoje desejam mudar a condução do país, caminhando para a oposição.
A saúde, a educação, a segurança e a mobilidade urbana do Governo foram amplamente reprovadas nos protestos de junho quando o povo foi à s ruas exigir o padrão Fifa dos estádios da Copa para os serviços públicos nacionais.
E, nos últimos tempos, começou a despencar o último setor que ainda sustentava a popularidade da atual presidente e que garantiu sua eleição: a economia.
O país enfrenta déficit histórico nas contas públicas, a inflação voltou a crescer – já alcança os dois dígitos se considerados os preços dos alimentos- o endividamento das famílias registra índices históricos e o PIB cresceu apenas 2,3% em 2013, abaixo da média mundial e dos demais países emergentes.
Esta semana a Economist Intelligence Unit, consultoria ligada ao respeitado jornal britânico The Economist, previu que o Brasil que em 2012 passou a ocupar o lugar de 7ª economia do mundo, pode cair para 9ª posição, sendo ultrapassado pela índia e pela Rússia, nos próximos anos.
Além disso, o Brasil já enfrentou 10 apagões na administração da atual presidente, a Eletrobrás está sem recursos e a Petrobrás transformou-se em um vexame esta semana quando foi obrigada a fazer manobras contábeis para dar lucro. Resultado: as ações da empresa despencassem nas Bolsas de Valores.
Onde está agora o presidente Lula que vendeu a imagem de Dilma ao país em 2010? Há poucos dias quando a presidente foi a São Paulo para o aniversário do PT e esperava sua presença ele preferiu a companhia do ex-presidente Bill Clinton, viajando aos Estados Unidos.
Como se não bastasse, protagonizou um dos mais lamentáveis episódios na vida de uma mulher que precisa se firmar como gestora, afirmando a amigos que o que Dilma precisa é “arranjar um marido†para melhorar o humor.
O ex-presidente foi desrespeitoso com a presidente e com todas as mulheres ao fazer esta afirmação até agora não desmentida. Em outros países estaria sendo alvo de protestos nas ruas mas, infelizmente, no que se refere à s mulheres, o Brasil ainda está muito longe da perfeição. O próprio Lula é a maior prova disso.
Terezinha Nunes é Deputada Estadual – PSDB/PE