“Mapa da corrupção” mostra sigilo do governo sobre quadrilha de Rose

“Mapa da corrupção” mostra sigilo do governo sobre quadrilha de Rose

09/01/2013 0 Por Tieza Vereadora
08/ 01/ 2013 às 17:23
Foto: psdb.org.br

Foto: psdb.org.br

Brasília – A comissão de sindicância criada pela Casa Civil da Presidência da República para apurar o envolvimento de servidores públicos na venda de pareceres técnicos para a iniciativa privada, esquema desbaratado pela Polícia Federal com a Operação Porto Seguro, concluiu nesta segunda-feira (7) os seus trabalhos. O relatório final, que está sendo mantido sob sigilo pelo governo, foi protocolado na Secretaria Executiva da Casa Civil e encaminhado à Subchefia de Assuntos Jurídicos da pasta, que terá 20 dias para analisar o documento.

O Líder do PSDB, Alvaro Dias, apresentou no final do ano de 2012 um mapa, elaborado pela assessoria técnica do partido, que detalha os vínculos da quadrilha liderada pela secretária do Gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha. O chamado “mapa da corrupção” mostra a participação de todos os envolvidos no caso, como a própria Rosemary e os irmãos Vieira, e também suas ramificações em órgãos como a AGU, agências reguladoras e até Banco do Brasil, estabelecendo as conexões que ligam uns aos outros naquela que o senador tucano qualificou como “uma quadrilha organizada para assaltar os cofres públicos do País”.
Ao apresentar o mapa no Plenário, Alvaro Dias criticou o fato de o governo estar tentando esconder e evitar que Rosemary fale sobre o caso: “O governo fica em pânico quando surge a hipótese de se ouvir a Srª Rosemary Noronha. Por que o governo fica em pânico? Por que os representantes do Governo ficam em pânico? Qual a razão de tanto receio, de tanto medo, de tanto pavor diante da hipótese do que essa senhora possa falar?”, questionou Alvaro Dias.
Em avaliações feitas pelo senador Alvaro Dias desde o surgimento do caso Rosemary, a sucessão de escândalos e fracassos administrativos dos últimos anos permite considerar que parte da gestão dos governos Lula e Dilma se organizou “mais para assaltar o Estado do que para fazer o país melhorar”. O senador tucano chamou o esquema mantido pela ex-secretária de Lula de “holding de corrupção”.
O grupo da Casa Civil criado para investigar as atividades da quadrilha liderada por Rosemary Noronha tinha como data inicial para a conclusão dos trabalhos o dia 24 de dezembro, mas a Casa Civil pediu a prorrogação do prazo, alegando a necessidade de “ampliar as investigações e receber respostas de órgãos que foram consultados durante a apuração”. A comissão diz ter apurado as irregularidades cometidas por servidores de órgãos como a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a Agência Nacional de Águas (ANA), a Advocacia-Geral da União (AGU) e a Secretaria do Patrimônio da União (SPU), mas o documento final permanece sob sigilo.
Quando apresentou o “mapa da corrupção” que detalha o modo de operar dos membros da quadrilha, o Líder do PSDB lembrou que Rosemary Noronha foi indiciada por corrupção passiva, falsidade ideológica e formação de quadrilha. Alvaro Dias salientou também que a proximidade entre os “quadrilheiros e os mensaleiros” ficou mais evidente depois que a revista Veja noticiou que, apenas uma semana antes de ser indiciada, Rosemary passou férias na Bahia com José Dirceu, já condenado no julgamento do mensalão.
“Ao ser intimada pela Polícia Federal, foi para José Dirceu que Rose pediu socorro. Rosemary também ligou para o ministro da Justiça e para Lula. Na hora do aperto, os chefões da holding deixaram-na com o passivo a descoberto”, afirmou o senador tucano.
Assessoria de Comunicação da Liderança do PSDB no Senado