“E eu pergunto: prá que tanto segredo?”

“E eu pergunto: prá que tanto segredo?”

24/03/2014 0 Por Tieza Vereadora
Foto: AG. Cardoso -  Câmara de Araçatuba - 10.3.14

Foto: AG. Cardoso – Câmara de Araçatuba – 10.3.14

A 6ª sessão ordinária dessa segunda-feira, 10.3, teve um rito bem diferente. É que conforme prevê o Regimento Interno da Casa, a presença do prefeito pode ocorrer na sessão sem prévia comunicação, sendo suficiente apenas um entendimento com a presidência. É óbvio que mais democrático seria se todos os vereadores fossem comunicados, mesmo com pequena antecedência, da visita do prefeito à Câmara, mas não foi assim.A presença maciça na galeria de ocupantes de cargos de confiança na prefeitura, bem que chamou a atenção dos parlamentares que não integram a bancada do prefeito, mas o segredo manteve-se até o momento da chegada dele na Casa.

Após o Grande Expediente e conforme o rito regimental, o prefeito pode usar a palavra por até 30 minuto, a respeito de assunto de sua escolha, após o que fica à disposição dos vereadores para os questionamentos. Na verdade, a ida dele à Câmara tinha por motivação os discursos de 2 vereadores, ocorridos na sessão anterior e que, para o Chefe do Executivo, tinham sido ofensivos à sua honra.  Após essas observações  veio o pronunciamento dele, recheado de elogios aos próprios feitos (como se nada fora criado até a chegada deles ao governo local) e apresentando ao público uma cidade quase sem problemas, imune às dificuldades e detentora de tantos prêmios de excelência que o ouvinte fica até entorpecido.

E foi com base nesse testemunho que a vereadora Tieza, questionou o prefeito. Segundo ela, a cidade a que ele se referiu no discurso, apresenta-se bem diferente daquela que a parlamentar conhece e daquela que tem sofrido severas críticas por parte da população. E perguntou o que ele tinha a dizer sobre alguns problemas como: a dificuldade que os professores têm tido para falar com o prefeito, que não os recebe; sobre a falta de creche e de transporte para as crianças de até 4 anos do Porto Real; as inúmeras questões na saúde e a devolução de mais de R$200.000,00 que o município recebeu do Estado. Falou ainda a parlamentar sobre a mobilidade urbana e as dificuldades com o estacionamento na área azul; e não poupou críticas a problemas da infraestrutura como a falta de canalização de córrego na rua Costa Rica, as dificuldades com as obras da Eliezer Montenegro Magalhães, entre outros. Bastante irritado, o prefeito além de não responder aos questionamentos, tentou levar o assunto para o lado político partidário mas a vereadora foi firme e disse que não iria debater questões partidárias pois o que ali se discutia era a cidade. Como era de se esperar, a resposta foi evasiva e as perguntas não foram respondidas.

Da mesma forma vieram as respostas à questão seguinte, formulada pela vereadora, que dizia respeito à que tipo de dificuldade o prefeito tinha com o governo do Estado.

Mais uma vez o Executivo se faz presente na Casa Legislativa apenas para divulgar os “feitos” da Administração, a maioria deles questionáveis não apenas pela vereadora Tieza como também por outros vereadores e pela população.

O desempenho da vereadora nessa sessão foi bastante elogiado por pessoas presentes à sessão e por aqueles que ligaram no dia seguinte, no gabinete, para cumprimentar a parlamentar pela coragem, firmeza e consistência nas questões.