Carta do PSDB Mulher sobre o Outubro Rosa e a Saúde da Mulher no Brasil
28/10/2011Saúde da Mulher – Um bom exemplo a ser seguido
O Outubro Rosa termina com boas e más notícias para as mulheres brasileiras; com bons e maus exemplos de autoridades públicas em relação à saúde da mulher no país.
O bom exemplo vem de São Paulo, com a merecida concessão da Medalha Professora Ruth Cardoso ao Hospital Pérola Byington, um centro de Referência de Saúde da Mulher, administrado pela Secretaria Estadual de Saúde e dirigido pelo competente doutor Luís Henrique Gebrim.
Indicado pela seção paulista do PSDB – Mulher, doutor Gebrim modernizou a gestão do Hospital Pérola Byington, que surgiu da atividade incansável e diversificada dessa mulher em favor das mulheres carentes. Pérola tinha como lema uma frase lapidar, quando falava de suas intensas e variadas atividades: “Isso não é trabalho, isso é vida!â€.
Pena que exemplos como esses no Brasil sejam tão poucos e não alcancem plenamente a rede pública do Sistema Único de Saúde (SUS), como demonstra recente auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU). A auditoria revela que um paciente espera mais de três meses para realizar a primeira sessão de radioterapia e, pior ainda, metade da população que procura o SUS sequer é atendida pela rede pública.
Os números do TCU são dramáticos e falam por si: apenas 46% dos que precisam de cirurgia oncológica são contemplados pelo SUS, com o agravante, no caso das mulheres, de que dois dos tipos mais comuns de câncer no Brasil as atinge diretamente – o de mama e o do colo de útero.
Tanto descaso com a saúde pública no combate ao câncer em geral e com os que tingem a mulher mais especificamente, leva o Brasil a ter índices bem inferiores aos demais países, segundo a auditoria. No Canadá e no Reino Unido, por exemplo, a primeira sessão de tratamento demora 30 dias para ocorrer, depois de diagnosticada a doença. No Brasil, a primeira radioterapia demora 113 dias para acontecer. Um absurdo!
Um estudo do Instituto Nacional do Câncer (INCA) utilizado pela auditoria do TCU, evidencia a ausência de investimento público no combate ao câncer, bem como nos meios necessários para debelá-lo. Segundo o estudo, seriam precisos pelo menos 375 centros de atendimento à doentes, mas a rede pública só dispõe de 264 unidades.
Mesmo sendo o segundo tipo de doença que mais mata no Brasil, a inexistência de uma rede pública salutar nos leva a possuir indicadores aterrorizantes. Em alguns casos, 87% dos tumores diagnosticados já estão em estágio avançado, ela absoluta falta de divulgação de ações preventivas e de uma infraestrutura primária de atendimento.
Enfim, o diagnóstico que o Tribunal de Contas da União apresenta é de grave enfermidade no Ministério da Saúde em relação à prevenção e ao tratamento do câncer no país. Exemplos como o do Hospital Pérola Byington são exemplos que podem ser seguidos pela rede pública nacional.
Thelma de Oliveira
Presidente do Secretariado Nacional do PSDB Mulher