Caixa errou e pagou mais aos beneficiários do Bolsa Família – e justamente durante a campanha eleitoral
06/01/2011Um montante total de 11,153 milhões de reais foi transferido indevidamente para a conta de 82.595 famílias beneficiárias do Bolsa Família, segundo informações da Caixa Econômica Federal. O repasse ocorreu nos meses de setembro e outubro de 2010 – período decisivo da campanha eleitoral – e foi provocado por um erro do sistema do banco. A Caixa nega relação entre o pagamento acima do correto com a realização da eleição.
O banco afirma que vai cobrar dos beneficiários os valores repassados a mais, com descontos que começarão a ser feitos a partir de março. Segundo o superintendente nacional de programas sociais da Caixa, Roberto Barreto, o problema foi identificado no fim de outubro e corrigido em novembro. “Foi uma fatalidade, um erro. A Caixa vai buscar o ressarcimento para que a União e a sociedade não sejam prejudicadas”, disse ele.
Um montante total de 11,153 milhões de reais foi transferido indevidamente para a conta de 82.595 famílias beneficiárias do Bolsa Família, segundo informações da Caixa
Barreto explicou ainda que todas as famílias que receberam um benefício maior do que o devido receberão uma notificação do banco, informando que o valor pago a mais será descontado do benefício do mês seguinte. O desconto mensal não será superior a 25%, ou seja, algumas famílias devolverão o dinheiro em até 27 meses. “Algumas conseguirão pagar em duas parcelas. Outras precisarão de 27 meses. Mas 75% das famílias vão devolver os recursos em até doze meses.”
De acordo com Barreto, o problema no sistema ocorreu no momento da atualização dos cadastros desses beneficiários. Com isso, algumas famílias que não teriam mais direito ao valor básico do benefício acabaram recebendo o montante indevidamente. A maior parte das famílias que receberam a mais, 50,34%, é do Nordeste. Essa é a região em que há mais beneficiários do programa – e também a que deu maior vantagem de votos à presidente Dilma Rousseff na eleição.
(Roberto Setton, Agência Estado, VEJA.COM, 6/01/2011 – 10:21; Governo)